gravity rush

Eu amo videogames por muitos e muitos motivos. Seja pelo simples prazer de controlar um carinha em um espaço virtual tridimensional, pela simples vibração elétrica nas sinapses do meu cérebro ao explodir a cara de um demônio com uma pistola de calibre ridiculamente alto, pelo simples desenrolar de uma boa narrativa interativa! Videogames são um meio artístico muito versátil, capazes de nos proporcionar muitas experiências diferentes e únicas. Videogames são uma das minhas coisas favoritas de todos os tempos justamente por isso, e eu procuro sempre jogar coisinhas diferentes e fora da curva por esse exato motivo.

E por seu ser meio chata e do contra também, mas a gente ignora essa parte!

Mas acho que de todas essas inúmeras possibilidades, no meio de tantas experiências, a que eu mais amo é me apaixonar por um mundo. Quando esse mundinho me permite mergulhar de cabeça nele, sem pressa pra me explicar as coisas. Me permite descobrir seus mistérios no meu próprio ritmo. Quando um jogo se permite ter segredos, ser talvez até incompleto, tropeçando um pouco tentando criar essa tangibilidade, essa crocância, tudo em prol de criar um mundo genuinamente vivo. Um mundo com alma, por mais bobo que falar algo assim possa parecer. Mas eu não sei que outra palavra usar! Amo mundinhos com alma, mais do que qualquer outra coisa em um videogame.

Recentemente, comprei um Playstation Vita. Aproveitei um feriado, fui até a Liberdade, encontrei um Vita branquinho relativamente barato e voltei com ele na bolsa. Um tanto que no impulso. Péssima decisão financeira! Mas queria muito ter um consolezinho portátil que me permitisse jogar na cama, e ainda saiu mais barato do que um Switch jamais sairia. E é bem mais fácil de hackear e jogar coisinhas adquiridas ilegalmente! No final das contas não foi uma decisão tão ruim. Por conta de uma recomendação de uma amiga bem próxima, Gravity Rush era o primeiro jogo que eu ia jogar nele. Não tinha como ser diferente! E meio que acabei me apaixonando.

Eu amo Hekseville. Eu amo as pessoinhas que a habitam, sua estrutura maluca e não lá muito newtoniana, seu céu colorido e em constante transformação. Eu amo o quão ancião esse mundo é, o quão primordiais algumas de suas estruturas mais alienígenas parecem ser. Eu adoro o oculto por baixo das nuvens, onde o tempo e o espaço se quebram de vez. Toda vez que esse joguinho decide me tacar em um ambiente maluco e completamente abstrato eu abro um sorriso enorme! Não tem como não gostar!

E eu adoro a garota desastre que a Kat é! Adoro ver ela se estatelando no chão, voando pelos céus girando e dando cambalhota, dando chutões atrapalhados em misteriosas criaturas alienígenas. Não tem como não criar um certo carinho por ela, pelo simples fato de que o próprio Japan Studio parece completamente apaixonado pela Kat! Ela carrega esse jogo nas costas! Esse joguinho não seria a mesma coisa sem ela. Não sei quem veio primeiro, o conceito geral Gravity Daze ou a própria Kat, mas ambos são completamente inseparáveis.

A coisa é que esse é um joguinho com uma visão tão forte. Com um senso de identidade tão único! No final das contas, tudo aqui é meio que inseparável do conjunto da obra como um todo. Como todos os meus jogos favoritos de todos os tempos. E esse aqui talvez seja um deles! Tanto que mesmo com uma rotina meio apertada e batalhando constantemente contra o cansaço quase debilitante que tenho enfrentado no meu tempinho livre, me dei ao trabalho de jogar ele de cabo a rabo. Olha só que coisa!

Se você tiver um PS4, vale a pena ir atrás do remaster desse joguinho aqui. Vale a pena! Imagino que não deva sair lá super caro hoje em dia, ou talvez até venha de graça em algum desses Plus da vida por aí. Te garanto que pelo menos a rápida experiência de brincar com a gravidade voando pelos céus pra lá e pra cá já vai fazer o dia de alguém.

E até que pra uma compra feita por completo impulso, meu Vita tem me deixado bem alegre. As vezes a gente precisa cometer péssimas decisões financeiras!