knight & baby

Eu amo o título japonês desse jogo, Knight & Baby. Acho que poucos jogos tem nomes que descrevem eles de uma maneira tão comicamente bem. Você controla um jovem cavaleiro chamado Knight, ao lado de um dragãozinho bebê chamado Baby! Simples assim! Tão simples como esse jogo.

Não entenda simples como algo negativo aqui. É justamente essa simplicidade um dos principais motivos pra eu amar esse joguinho. Lançado pouco tempo depois de Final Fantasy 7 e contemporâneo a tantos JRPGs ambiciosos pro PS1, é meio que uma carta de amor as raízes do gênero. Temos aqui mais um Dragon Quest like que um Final Fantasy like, saca? E ele aproveita isso pra brincar com vários clichês de uma maneira bem gostosa. Adoro como você vive tropeçando com grupos de aventureiros que seriam os protagonistas de inúmeros outros JRPGs, coletando gemas pra selar um mau além da compreensão humana ou talvez indo atrás do líder de um culto das trevas que busca dominar o mundo e essas paradas de praxe.

Sua quest é outra, porém. É claro que você vai acabar salvando o mundo uma hora ou outra e as gemas e o líder do culto do mal vão se tornar relevantes mais pra frente, mas a maior parte do jogo foca na pequena jornada do Knight para a Torre de Deus, lar da mãe do Baby. Ele precisa voltar pra casa! Simples assim!

É meio difícil colocar em palavras, mas acho que essa é a coisa mais cativante desse jogo pra mim. Essa simplicidade meio que deixa espaço pra Knight & Baby ter um coração muito grande. Seja na sua historinha, nos seus personagens, na sua música. Até no gameplay, onde manter uma boa relação com o Baby é essencial para os combates não se tornarem um pesadelo. Tudo tem tanta personalidade! eu adoro a abertura desse jogo! eu amo essa lindinha estética baseada em quadrinhos europeus (particularmente nas obras de Tove Jansson) que serve como base pra estética geral de Knight & Baby. Muito doce, muito bonitinha.

Eu até gosto dos gráficos relativamente primitivos do jogo em si, principalmente pelo motivo deles serem um tanto que limitados. O mundo inteiro é renderizado em 3D, de uma maneira contínua. No começo não é tão impressionante, mas quando o Baby finalmente aprende a voar e você começa a cruzar os céus com ele, você pode ver todo o mundinho desse jogo como um pequeno diorama. Todas as cidadezinhas e as pessoinhas nelas. Você consegue dar uma volta completa ao redor do mundo. Tudo em tempo real. Um tanto que mágico, até. Ou pelo menos mágico se você só joga coisa velha como eu! mas de qualquer forma, a música enquanto vc viaja no céu é meio que bem maneira.

Eu poderia passar parágrafos elogiando Knight & Baby. Eu sou a fã número um desse joguinho aqui. Amo ele de paixão. Talvez não seja pra todo mundo, mas tenho certeza que ele tem chance de cativar muito mais gente por aí. Se duvidar cativou minha namorada nessa últimas semanas, o que eu não esperava!

Uma pena que a Tamsoft eventualmente se tornou uma máquina de fazer Onechanbara e Seran Kagura, mas tudo bem. Garotas de bikini fatiando milhares de zumbis também tem seu lugar.