Nós vivemos em um mundo de pessoas frágeis
De casco quebrado
Vazando
Molhando
Espalhando
Sujando
O mundo inteiro por onde passam

Queria poder ser frágil assim
Queria tirar o meu casco
Me deixar sorrir
Me deixar vazar pelo chão
Fazer parte desse mundo também

Mas preciso ter paciência
O mundo não é lugar para a minha sujeira
O meu eu e o seu ser
Talvez não se misturem
O meu ser entristece a terra molhada
Molhada pela fé dos outros
Fé nas minhas pernas
No meu casco
No meu coração

Não se preocupe
Nunca deixarei de ser também
Amo ser
Assim como aprendi
A amar meu casco
A amar a terra
A amar o barro molhado
Pelas lágrimas de todos os meus amores